A existência dos contratos descritos no apontamento anteiror (http://santovarao.netii.net/wordpress/?p=489) implicavam, da parte dos povos, o pagamento de uma renda, à altura designada de foros.
O local de receção de todos os foros contidos nos contratos era um celeiro que a “Excelentissima Mitra” possuía neste mesmo couto. A ele se refere um documento de 1728 em que se alude ao “contrato e obrigação da obra do celleiro de Sam Veram pertencente a excelenticima Mitra“. Em meados do século XIX já o mesmo se encontrava em ruínas. Disso nos dão conta os autos de arrematação que “o Exº Sr Bispo Conde, auctorizado pelo governo de Sua Magestade mandou pôr em praça” e onde se diz dele “somente existirem paredes e estas com vários rombos e grandes fendas“. Corria, então, o ano de 1859.
Posto em praça, na Câmara Eclesiástica, dentro do Paço Episcopal, foi o mesmo adquirido por um negociante de Coimbra, de seu nome Francisco Rodrigues de Carvalho, que certamente o teria reconstruído.
De facto, ainda nos nossos dias, existe um antigo celeiro, de dimensões apreciáveis, e situado nas chamadas ” Ribas“, local onde possivelmente aquele se situaria. Alicerça-se esta nossa suposição no facto do citado documento dos autos de arrematação o localizar “num citio, que desabando pode causar disastres, pois que ali concorre mª gente, para ver no campo seus gados, e searas“. O sítio assim descrito parece coincidir, pois, com as ainda hoje denominadas “Ribas“. (Baptista, 2012)