“A minha visão da nossa viagem aos Açores”

A Drª Maria Fernanda Cordeiro ( “Bia”), elemento do Rancho Folclórico do CBM, escreve para o Portal de Santo Varão na Internet sobre a sua participação no XXVIII Festival Internacional de Folclore dos Açores.

Foi-me pedido um texto sobre a presença do Rancho Folclórico do Centro Beira Mondego – Santo Varão (RFCBM) no XXVIII Festival Internacional de Folclore dos Açores, organizado pelo COFIT, entre os dias 11 e 19 de agosto de 2012. Ressalvo, pois, que este texto é pessoal, ou seja, reflecte, apenas, a minha visão da nossa viagem, enquanto componente do grupo. Posto isto, aqui vai…

Foram dias muito preenchidos: basicamente, um traja e destraja constante, entre atuações, receções oficiais, almoços oficiais,… . Houve momentos que nunca irei esquecer: o desfile pela Rua da Sé, em Angra (dia 17 de agosto), e o impacto que causou a mole humana sentada nas escadarias da Catedral, a aplaudir e a usufruir; o orgulho que senti ao ouvir a orquestra composta por elementos de todos os grupos e onde estavam também os nossos «meninos»; a participação na celebração ecuménica na Sé de Angra (15 de agosto); e ver a Joana Inês e o Luís Cavaco a representar o grupo na coreografia de encerramento que fez levantar os espetadores que enchiam a praça de toiros de Angra no dia do festival (dia 18 de agosto)!!!

Quanto ao festival em si, bem, demos o nosso melhor para representar com dignidade Santo Varão e o Baixo Mondego, num evento em que estavam presentes grupos do Brasil, da Colômbia, da Eslovénia, da Itália, da Letónia, da Bósnia, da Bulgária, da Suíça, da Espanha e dos Açores (Graciosa). O facto de estarmos alojados longe dos outros grupos dificultou a relação com os restantes participantes, embora os nossos «jovens» tenham participado de forma bastante ativa em muitas «noites».

Desta vez, no enquanto, há algo a acrescentar: a forma como fomos recebidos, sobretudo, pelo pessoal de São Bartolomeu de Regatos, os nossos verdadeiros anfitriões. Sobre as pessoas (optei por não nomear ninguém), saliento a gentileza e a humildade com que nos receberam, a disponibilidade total, o sorriso fácil, o humor subtil e gracioso… Gente cinco estrelas sempre pronta a tentar agradar a todos e a alinhar em todas as propostas: aquela festa de aniversário do coordenador, senhor Fernando Cavaco, vai ficar nos anais do RFCBM e da Terceira!! Nas nossas memórias ficam também algumas anedotas: os ressonares comuns ao alojamento masculino e feminino, o tamanho das baratas, «oh Mila, agora vamos visitar uma fábrica de Biscoitos» (não me peçam para explicar),…

Foi notória a preocupação em mostrar o que de bonito tem a Terceira. Passámos a semana numa roda-viva mas acabámos a dominar a geografia da ilha: praias (do Negrito e dos Biscoitos), cidades (Angra e Praia), Algar do Carvão, Lagoa das Patas, Serra do Cume… nada nos escapou! Mas os nossos poisos principais foram São Mateus da Calheta (um autêntico postal ilustrado) e São Bartolomeu de Regatos. E, se as paisagens são fascinantes, que dizer das tradições? Aprendemos muito sobre os célebres impérios, a culinária característica (alcatra, «donas amélias», rebuçados de alfenim,…). Assistimos a touradas à corda (até tivemos um grupo de forcados e um lesionado…). Experimentámos o clima atlântico dos Açores com as quatro estações num só dia e, até, uma ameaça de um furacão (ai Gordon, Gordon!).

Nem tudo correu bem mas estamos a falar da convivência «forçada» de quase 50 pessoas, de diferentes níveis etários, com diferentes maneiras de estar, de pensar e de agir. E o regime «de tropa» com horários rígidos a cumprir e circuitos pré definidos também não ajudou. Mas, como alguém dizia na viagem de regresso, «casa que não é ralhada, não é bem governada».

Agora, é tempo de reflexão e de análise do que correu bem e mal, de visionamento de fotos e vídeos. É, sobretudo, tempo de sonhar novos projetos . O mais próximo é a preparação da receção aos nossos amigos de São Bartolomeu de Regatos que visitarão Santo Varão, se Deus quiser, em julho de 2013, e que merecem um acolhimento como só os santovaronenses  sabem dar. O outro??? Que tal arranjar dinheiro para ir à Eslovénia ou assim?

Até sempre, Bia

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