Maria de Fátima Verão Cavaco é atualmente a Diretora técnica do Rancho Folclórico do Centro Beira Mondego de Santo Varão. A sua vocação pelas artes etnográficas começou bem cedo quando, ao olhar para uma antiga bolsa que herdou da avó, lhe despertou o interesse por conhecer os usos e os costumes da sua terra e o gosto por cantar, dançar e rezar.
O Portal de Santo Varão na Internet teve a oportunidade de a entrevistar depois de mais uma tradição cumprida pelo grupo que dirige, Cantar das Janeiras pelas ruas da sua aldeia Natal.

Quanto anos tem o Rancho?
O grupo de folclore de Santo Varão fez a sua primeira atuação no dia 21 de Outubro de 1987.

Quem esteve na sua origem?
Eu estive na origem e também a Maria João Vaz e a Teresa Marques.

Como foram os primeiros tempos?
Nos primeiros tempos foi díficil transmitir ao grupo tudo o que aprendi e o porquê deste meu gosto, mas rapidamente cresceu o sentimento de se compreender a dança, o canto.

Como tem o grupo cimentado a sua presença no panorama folclórico nacional?
Tem mostrado que na nossa terra e na zona onde estamos inseridos existe muita etnografia e danças para podermos mostrar com a mesma veracidade com que eu aprendi as danças e o canto.

O grupo tem recriado tradições antigas ou dadas como perdidas?
Temos recriado tradições antigas: Serração da Velha, Canta as Janeiras, Jogos tradicionais, Feiras, Cânticos religiosos e o Levantar da Manta.

Quais foram as principais participações em festivais?
As principais participações foram as digressões à Galiza (Festival da CIOF), a Angra do Heroísmo (festuval do COFIT) e a Itália.

De que forma divulgam as vossas atividades?
A divulgação das atividades é feita através de cartazes, de notícias na imprensa e de publicações no Facebook e no Canal MEO do Rancho.

Tem sido possível encontrar novos elementos para o Rancho?
É complicado encontrar novos elementos, a vida particular muitas vezes não permite a participação nas atividads do Rancho.

Quais os principais projetos do Rancho para o futuro?
Os principais projetos são a realização do nosso Fetival. Este ano temos cinco grupos. Para além dos grupos já confirmados temos ainda um grupo estrangeiro (Turquia Sérvia ou Venezuela) que também virá participar no Folk Cantanhede.

Para terminar, que história mais engraçada nos pode contar das suas vivências com o Rancho?
Em todas as saídas há histórias para contar. Quando fomos ao desfile do traje a Guimarães, a Rosa foi trajada de lavadeira mas, ao vestir o colete, só entrou um braça e o outro não entrava. O colete não era dela era da Laura, e imaginem ela ter de andar na rua com um braço no ar. Resolvemos o probema tirando todas as fitas do colete e aí já o conseguiu vestir.

Sinto-me extremamente feliz por ver que este grupo demonstra empenho em aprender aquilo que guardo na minha saca de retalhos.