Recordações

É com imenso prazer e simultâneo orgulho que a Liga de Amigos de Santo Varão, passados que são dezanove anos, vai recordar, hoje, às 21h30m, ainda que virtualmente, a peça “Álbum de Recordações”.

Fruto da imaginação de alguns e do trabalho e empenho de muitos, este “Álbum de Recordações ” traduziu-se num espectáculo através do qual se pretendeu homenagear a terra que nos viu nascer e crescer e, simultaneamente, prestar homenagem a todos os antigos amadores, nossos conterrâneos, muitos deles já desaparecidos e que muito contribuíram para o progresso cultural desta aldeia.

A peça, de fundo histórico, com base no acervo documental possível, foi construída sobre factos, costumes e ambiências vincadamente locais, aos quais não faltou uma pequena dose de fantasia.

E é precisamente a velha aldeia de Santo Varão, outrora couto de Sam Veram e mais remotamente o lugar de Cervela que, ao longo da peça vai narrando e recordando a sua história.

Espectáculo de luz e som, só possível graças ao entusiasmo, dedicação e colaboração de cerca de cinquenta pessoas que, vencendo fadigas, aturaram ensaios, montaram cenários, afinaram luz e som, fizeram arranjos musicais, trataram do guarda roupa…

Não foi tarefa fácil….

Muitos foram os escolhos que encontrámos pelo caminho.

Muitas foram as horas gastas, muitas foram as barreiras vencidas.

Valeu a pena?

Os aplausos do público que encheu literalmente o CBM fizeram-nos crer que sim…

E como diria o nosso poeta

“Deus quer, (quis) o homem sonha (sonhou) e a obra nasce (nasceu)”…

link : https://youtu.be/0hOBgQd8pqw

Capela da Senhora do Amparo /Salvaguarda

 É este o aspecto da capela da Senhora do Amparo, após um aturado trabalho de limpeza.

Envolta num verdadeiro matagal, a imagem dum templo ao abandono confrangia todos os devotos que por ali passavam. A solidariedade ao redor do dinamismo do nosso conterrâneo, Tonito Ferreira de Oliveira, despoletou todo um arregaçar de mangas de um grupo que, em pouco tempo, devolveu a esta capela e à área circundante um aspecto digno de qualquer local sagrado.

Parabéns por tão meritório trabalho!

Em defesa do património

Se a pandemia que vivemos tem paralisado um grande número de colectividades, com destaque especial para as de cariz cultural, o mesmo não acontece com o Rancho Folclórico de Centro Beira Mondego que tem vindo a realizar um trabalho valioso em termos de preservação dos usos, costumes e tradições, os quais se têm vindo a perder ao longo dos anos.
Destaca-se, desta vez, a recriação da Romaria à Senhora da Saúde, da autoria do coordenador do rancho, Pedro Santos.


“Senhora da Saúde – Belide”, 5 de Agosto de 1908

A Encarnação e a Conceição irmãs, ambas ergueram-se cedo, mais cedo que o habitual. Hoje não foram ganhar o dia fora mas também não fizeram folguedo.
O pai, pequeno lavrador, disse-lhes no domingo último:
– Pois ó cachopas quarta-feira é a Sra das Neves, que vocês deste tempo prantaram o nome de Sra da Saúde. Se vocês que são as mais velhas quiserem ir eu não vos retiro. Mas também não vou com vocês. Mas não vão logo de manhã, vão só depois pra tarde.
– Pois sim Sr meu pai! Vamos pois e temos cautela. Ajuntamo-nos às outras que lá andam e vimos todas juntas.
– Pois! Mas também não é pra virem a altas horas da noute. Vocês tenham respeito.
– Sim senhora! A gente porta-se bem, com as primeiras a tornar a gente vem também.
Pois hoje, já ataram, carregaram e botaram na choupana no sarrado uma carrada de ponta de milho da terra dos serrados loureiros e á tapada foram buscar dois valentes feixes de erva p’rás vacas terem pasto. Encheram as pias com água fresca acartada da fonte do povo de mergulho.
Já bem trabalhadas, fizeram os cerca de oito quilómetros pelo calor com as chinelas na mão para as pouparem. Calhou bem, que assim os touros estavam à sesta no Rio Mondego e assim o monte está livre. E mais á vontade foram.
Chegaram era hora da sesta e o povo começava a juntar-se para assistir aos ofícios da Festa e ao Sermão, a igreja é pequena e elas já estavam com ela fisgada.
Com uns Reis que levavam, foram ver dos melões. “Ora vir à Sra da Saúde e não comer um melão. Assim será! Miséria a nossa…”
O povo estava calmo, pouco pó na rua, o calor era tanto, nem uma brisa, só algum alarido das mães com os anjinhos, seus filhos prometidos de anjos na procissão da Senhora. Birras e cansaço das crianças….. Compraram o melão e voltaram para trás ali perto do Pinheiro Manso, antes das Palmeiras do lagar.
Longe da confusão do Povo e das moscas dos gado. Os gandarezes trouxeram as éguas enfeitadas, as carroças dos burros, mulas e vacas engalanadas com colchas de seda.
Assim retiradas comeram o melão na sombra da oliveira ainda fizeram uma sesta e foram assistir à procissão desejosas que o toque se junte após a recolha da procissão e haja uma pandega, um baile… Que elas não vão voltar logo com os primeiros.
Trabalho há todos os dias, agora Sra da Saúde é uma vez no ano. Este ano foi assim, para o ano não sabem se podem tornar.”
Este ano, 2020 nada pode haver e a tradição já não é igual, os hábitos são outros.
Mas assim como a Conceição e a Encarnação foram muitas e muitos noutros tempos. No tempo em que o mundo girava ao jeito do Calendário Agrícola e do Calendário Litúrgico.
Fica desta forma a nossa lembrança a este dia.”

Evocação

No recolhimento do nosso lar e em espírito, celebremos a festa da Senhora do Amparo, recordando a origem deste culto mariano.

Documentos coevos assinalam ser a capela de Nossa Senhora do Amparo, situada no então Casal das Machadas, desta freguesia, de época bastante recuada. A data da sua construção não é precisa, mas com toda a certeza é anterior a 1619. Nesse mesmo ano foi sepultada “Maria, filha de António Fernandes dentro da hermida de N.S.ª do Amparo, junto com sua may “, o que nos leva a corroborar essa mesma afirmação. O registo de óbito do citado António Fernandes, de 26/09/1623, di-Io morador no Casal da Machada e sepultado “dentro da hermida de Nossa Sª do mesmo cazal que elle mandou fazer“, pelo que não restam dúvidas ter sido ele o seu fundador. A tradição oral vai mais longe ao associá-la ao cumprimento de uma promessa de alguém que, em pleno oceano, confrontado com o perigo de um naufrágio, ter prometido erigir uma capelinha, sob a invocação de N. S. do Amparo, caso se salvasse de semelhante tormenta.  A âncora, que a Virgem ostenta numa mão que significado terá? Terá alguma relação com esta “lenda”?
Mais tarde, a necessitar já de reparações, serão os herdeiros deste que a isso são obrigados visto “q. herão senhores das d.propriedades” onde aquela fora construída.
Posteriormente, face ao estado de ruína em que se encontrava, Francisco Coelho da Cunha, residente na quinta do matoutinho e possivelmente na pertença já desta área, manda-a reformar de ” ornamentos e altar por estar vertendo agoa e cheia de raizes q. se achavão desfazendo… ”
Assim remodelada, viria uma vez mais a entrar em ruína passados alguns anos.
Em 8 de Junho de 1754 dá entrada no Cartório da Câmara Eclesiástica uma nova petição, apresentada pelo Desembargador Manuel Ferreira de Oliveira, “provedor da Camara de Leyria com casa e fazendas no couto de S. Verão“, para mandar fazê-la ” a fundamentis” pelo ” risco que lhe parecer mais decente. ”
A razão invocada é, não só a grande devoção que tinha à dita Senhora, como também o facto de ela estar situada em duas propriedades e olivais que lhe pertenciam à data e que estavam obrigados aos reparos daquela.

E assim permaneceria na posse dos seus herdeiros que, já no século passado, a doariam à Igreja Matriz. De referir que a actual imagem veio substituir a primitiva, de pequenas dimensões, ainda que muito mais valiosa, por decisão da então proprietária.

Alice, O Musical, no CBM / Santo Varão

 Uma vez mais, o Centro Beira Mondego vai servir de palco cénico a mais um espectáculo musical, adaptação das mais conhecidas obras de Lewis Carrol que celebram 155 anos: “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” e “Alice do outro Lado do espelho”.

No dizer dos elementos do grupo cénico ADN DE Palco, responsável pelo espectáculo, ” Entre aventuras e desventuras neste universo inesperado, onde não há limites entre o sonho e a realidade, Alice relembra o valor da amizade, reflete sobre o tempo certo ou incerto das coisas da vida e aprende que para chegar ao impossível, basta acreditar que é possível.”

” Alice – O Musical é uma alucinante viagem, por um mundo nada óbvio, em que a imaginação e o real combinam-se de maneira única e inesquecível!”

A representação contará com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, o que será certamente uma mais valia a ter em conta.

Ao Portal de Santo Varão apraz registar o valor cultural desta iniciativa que conta com a colaboração do Centro Beira Mondego, instituição quase centenária que sempre pugnou por esta modalidade.

Parabéns  às duas instituições, esperando que o salão se torne pequeno para um público interessado neste tipo de eventos.

A Menina do Mar/ CBM

 Com a jovialidade e interessantes coreografias a que já nos habituou, o grupo ADN de palco, sediado no Centro Beira Mondego, em Santo Varão, estará de volta, para um Especial Natal, com A Menina do Mar, dia 21 de Dezembro, pelas 21h 30m. Parabéns pela iniciativa.

Faça já a sua reserva e traga consigo os mais pequenos! 🐠🐙🦀

Reservas: 910031365 | adndepalco@outlook.pt

Concerto de Natal

Com a aproximação da quadra natalícia, assiste-se, quase em todas as localidades, a programações diversas, mas sempre ligadas ao acontecimento incontornável, no mundo cristão,que é o nascimento de Jesus.

Também na nossa aldeia, Santo Varão, à semelhança dos demais anos, irá ter lugar um Concerto de Natal, no dia 22 de Dezembro, a cargo da Filarmónica 15 de Agosto Alfarelense, na Igreja Matriz.

Aproveitando a quadra, a anteceder o referido concerto, terá lugar uma pequena cerimónia de apresentação do restauro da talha dourada da Igreja Matriz e que contará com a atuação do Coro Litúrgico da Imaculada Conceição de Tentúgal.

Contamos com a vossa presença!

Feira S. Martinho, mais um sucesso

 Apesar do S. Pedro não ter ajudado à festa, foi num ambiente acolhedor e familiar que decorreu a tradicional feira de S. Martinho. À semelhança dos anos anteriores, apenas com a mudança de cenário, os santovaronenses e amigos honraram-nos com a sua presença, assim como uma representação da Junta de Freguesia e Câmara Municipal de Montemor-o-Velho.

Agradecemos o apoio do associativismo local e em particular o nosso reconhecimento ao Centro Beira Mondego pela prontidão com que respondeu ao nosso apelo para a cedência das suas instalações.
À população e amigos que nos apoiaram com os seus donativos e compras, o nosso agradecimento.

Feira de S. Martinho 2019

Mês de Novembro, castanhas, vinho e S. Martinho!

É neste cenário que irá decorrer a tradicional feira de S. Martinho, nos dias 9 e 10 de Novembro próximo, em Santo Varão, organizada pela Liga de Amigos de Santo Varão.
Nela poderão os visitantes encontrar todo o género de artigos locais e regionais, incluindo os doces tradicionais, castanhas, nozes, jeropiga caseira e licores.
Os stands, a cargo das associações locais, também merecerão uma visita.
Também a Comissão da Festa de N. S. Amparo marcará presença com a tradicional tasquinha de comes e bebes, com uma ementa vasta, diversificada e apelativa.
O almoço/convívio de domingo, dia 10, contará com a presença dos santovaronenses e amigos que habitualmente nos visitam e que certamente não ficarão dececionados com o repasto a cargo dos já conhecidos e meritórios cozinheiros locais.
E, se mais razões não houvesse, certamente que estas não deixam de ser apelativas.
Assim o S. Martinho se entenda com o S. Pedro….