Passeando pela História de Santo Varão XVIII

O Rio Mondego – Parte I

mondego1Foi esta povoação beneficiada, desde tempos bastante recuados, pela proximidade a que se encontra do secular Rio Mondego, o Munda dos romanos. A ele se refere o vigário José António Pereira, no Inquérito Paroquial de 1758, ao afirmar que corre pela “parte norte de São Verão em distancia de hum tiro de pedra“. Por tal razão desde sempre se conheceram bem os efeitos das suas cheias, por vezes catastróficas, não só pela abundância de água, mas também pela quantidade de resíduos que depositavam nos campos. Continuar a ler

Passeando pela História de Santo Varão XVII

A capela de N.S. da Tocha

Capela particular do séc.XVII

Capela particular do séc.XVII

Já no meio da povoação vamos encontrar outra capela cuja data da fundação podemos localizar com toda a certeza. Trata-se da capela de Nossa Senhora da Tocha, mandada erigir no ano de 1661 por um particular, junto ao seu solar. Deste acontecimento nos dá conta uma inscrição gravada entre as volutas adossadas no frontão da porta principal, assim como uma inscrição no seu interior.
Nela se pode ler: «Esta Santa Capela de N. S. da Tocha mandou fazer Fº Jorge Floreado e sua mulher Brites Aires toda à sua custa…» Continuar a ler

Passeando pela História de Santo Varão XV

Capela de N. Sra. do Amparo

Capela de N. Sra. do Amparo

Em época de grande religiosidade, em que abundavam as festas de igreja e a veneração particular aos santos, não raro era ver-se surgir, disseminadas pelos diversos lugares, capelas particulares cuja origem reside não só na grande devoção por determinadas entidades sacras, mas também no desejo de ostentação por parte de determinados núcleos familiares, verdadeiros potentados locais, que assim viam aumentado o grau de respeitabilidade por parte das populações. O culto mariano, que sempre atraiu os portugueses, recebeu novas consagrações nos séculos XIV e XV, sob a influência das novas ordens religiosas então surgidas, pelo que é vulgar encontrar-se, por todo o país, locais de culto, ligados à Virgem, sob qualquer uma das invocações. Até final do século XV apontam-se mais de mil consagrações à Virgem Maria, quer nas igrejas, quer nas capelas ou ermidas do território português. Continuar a ler

Passeando pela história de Santo Varão – V

Contudo, ainda no século XIV, as guerras fernandinas irão repercutir-se na zona do Baixo Mondego, sendo duramente atingidos os campos de Montemor, com as devastações, os roubos de alimentos e a destruição de bens.
A complementar esta situação de guerra, surgem os tumultos que têm lugar por altura do casamento de D. Fernando com D. Leonor Teles e que também se repercutem no termo de Montemor, com fortes abanões na já débil economia, então em período de recessão. Continuar a ler

Passeando pela história de Santo Varão – IV

À medida, pois, que os intrusos sarracenos iam sendo empurrados para sul, necessário se tornava povoar e promover o desenvolvimento económico das áreas devastadas. Assim sendo, são os próprios senhorios eclesiásticos que dominam esta área que, através de aforamentos coletivos ou individuais, chamam a si o encargo de atrair povoadores. Dão início a um processo de transferência do domínio útil dos prédios para um grupo ou indivíduo, ficando estes obrigados ao pagamento anual de certa pensão, geralmente uma parte dos frutos do respetivo prédio. Era o foro, também designado por ração ou porção. Continuar a ler

Passeando pela história de Santo Varão – II

A reconquista definitiva de Coimbra em 1064, trouxe como consequência um intenso povoamento das zonas ao seu redor, pelo que nas margens deste rio, de Coimbra até à foz, se foram multiplicando os povoados, até pela segurança que lhes era dada pelos castelos de Coimbra e Montemor-o-Velho. Entre esses povoados não é de excluir esta nossa aldeia. Remontam, contudo, apenas ao século XIII os primeiros documentos oficiais que conhecemos, que se referem a Santo Varão.
Continuar a ler

Passeando pela história de Santo Varão – I

Como o texto que se segue, damos início à publicação de um conjunto de apontamentos que, progressivamente, visam contar um pouco da história de Santo Varão. A autora destes textos é a nossa conterrânea Dra. Maria de Fátima Tarrafa Baptista, professora aposentada de História, presidente da Direção da Liga de Amigos de Santo Varão e colaboradora do Portal de Santo Varão na Internet.
Continuar a ler